É inequívoco que a exposição ao risco aumentou e continuará a aumentar, da população em geral e de quem tem mais, em particular.
Mas será que a percepção desse aumento da exposição ao risco é interpretado e assumido por todos, da mesma maneira?
Os factos provam que não e a regra é que a maioria desvaloriza a sua própria situação relativamente aos "outros"...
Mas as coisas não acontecem só aos "outros" e são muitos aqueles que já relatam situações de risco que aconteceram a pessoas próximas, quer pessoalmente, quer profissionalmente.
O que quererá isto dizer? Não será que o risco se está a aproximar?
Com o aumento da crise e das situações de desespero, a tentação de roubar o alheio aumenta e quem já o praticava, tem tendência a ser mais ousado e descarado a fazê-lo. A desculpabilização pessoal surje facilitada pela consciencilaização generalizada das dificuldades com que as pessoas vivem em tempos de crise.
As pessoas compreendendo as dificuldades com que grande parte da população vive, não são tão intolerantes relativamente a situações de pequeno roubo. Mas por outro lado, quem pratica o pequeno roubo "sente" mais facilidade em roubar, pelo que o tenta fazer mais vezes e arrisca mais em consegui-lo. Este aumento da exposição ao risco de ser "apanhado", por parte do delinquente aumenta a probalidade de confronto e por pouco se pode passar a arriscar muito...
A precipitação e o nervosismo em pessoas que não estão habituadas a lidar com situações de alto risco pode levá-las a cometer actos de violência não justificada e desproporciondada, relativamente aos benefícios em causa.
Os jornais e telejornais retratam diáriamente situações destas, onde actos irreflectidos de criminalidade não organizada, resultam em factos de injustificada violência. Fica-se com a sensação que se mata e se pode morrer por muito pouco...
Basta estar no sítio errado, na altura errada.
Quem não sabe é como quem não vê e muita gente não se apercebe de estar no sítio errado, no momento errada...
A maior parte das pessoas que lê os reflexos da violência nos jornais e vê imagens chocantes nos telejornais, assumem-se como um mero expectador de um filme em que são "outros" os protagonistas, nunca se imaginando numa situação semelhante.
Essas pessoas "não sabem" porque se recusam "a ver"... São essas pessoas que estão mais expostas ao risco, porque caso sejam envolvidas nalguma situação perigosa, serão sempre apanhadas desprevenidas e o desfecho do confronto será sempre imprevisível, geralmente dramático...
Tomar consciência da insegurança em que se vive e convive, é uma necessidade.
Tomar consciência do nível de exposição ao risco, pessoal, familiar e profissional, ajuda a avaliar as medidas de segurança que se devem tomar para reduzir essa mesma exposição ao risco.
É preciso dissuadir quem queira intentar contra os nosssos interesses e conseguir interromper quem o tente, antes que a situação tome proporções difiíceis de controlar.
(Continua)
Alexandre Chamusca
Consultor de soluções de segurança
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