12/26/2011

Visão Nº 980 - Comentários Alexandre Chamusca

 

É inequívoco que a exposição ao risco aumentou e continuará a aumentar, quer da população em geral, quer de quem tem mais, em particular.
Mas será que a percepção desse aumento de exposição ao risco é interpretado e assumido por todos, da mesma maneira e à escala do problema?

 

Os factos provam que não e a regra é que a maioria desvaloriza a sua própria situação relativamente aos “outros”.
Mas as coisas não acontecem só aos “outros” e são muitos aqueles que já relatam na primeira pessoa, situações de risco por que passaram recentemente ou que aconteceram a pessoas próximas. O que quererá isto dizer? Será que o risco se está a aproximar?

 


Com o aumento da crise e das situações de desespero financeiro, a tentação de roubar o alheio aumenta e quem já praticava a “modalidade” tem tendência a ser mais ousado e descarado a fazê-lo. A desculpabilização pessoal surge facilitada pela consciencialização generalizada das dificuldades com que as pessoas vivem em tempo de crise. A sociedade torna-se mais tolerante relativamente a situações de pequeno roubo. Mas por outro lado, quem pratica o pequeno roubo “sente” mais facilidade em roubar, pelo que tenta mais vezes e arrisca mais para o conseguir. Este aumento de exposição ao risco por parte do delinquente aumenta a probabilidade de confronto e por pouco se pode passar a arriscar muito. A precipitação e o nervosismo em pessoas que não estão habituadas a lidar com situações de alto risco, pode levá-las a cometer actos de violência não justificada e desproporcionada, relativamente aos benefícios em causa. Os jornais e telejornais retractam diariamente situações destas, onde actos irreflectidos de criminalidade não organizada, resultam em factos de chocante violência. Fica-se com a sensação que se mata e se pode morrer por muito pouco... Basta estar no sítio errado, na altura errada.

Sentir-se em segurança, pode não significar estar seguro.
Temos também aquela classe de pessoas que lê os jornais e vê os telejornais e acha que tudo o que acontece, só pode acontecer aos “outros”, assumindo-se como meros espectadores de situações alheias ao seu micro mundo. Essas pessoas “não sabem, porque se recusam a ver...” São essas as pessoas que estão mais expostas ao risco, porque caso sejam envolvidas nalguma situação perigosa, serão sempre apanhadas desprevenidas e o desfecho do confronto será sempre imprevisível, geralmente dramático...
Tomar consciência do nível de exposição ao risco pessoal, familiar e profissional, ajuda a avaliar as medidas de segurança que se devem tomar para reduzir essa mesma exposição ao risco. 

É preciso dissuadir quem queira intentar contra os nossos interesses e conseguir interromper quem o tente. Para isso servem os equipamentos electrónicos de segurança e alguns cuidados básicos de segurança pessoal.
Para um profissional do ramo da segurança, os sofisticados alarmes não são novidade e são frequentemente integrados em soluções de alta segurança onde os fins a que se destinam justificam amplamente os meios aplicados, mas para qualquer elemento comum da sociedade, existem soluções mais simples e especificamente desenvolvidas para o mercado doméstico, para ser utilizado por qualquer pessoa, sem especiais requisitos de formação técnica para o efeito. Mais do que achar “piada” aos aparentes “gadjets”, é importante perceber a que aplicações é que eles se destinam e até que ponto eles podem vir a ser eficazes na interrupção de uma situação de risco pessoal, familiar e/ou profissional. Quem não fizer esta análise e não ponderar se faz sentido ou não poder vir a ser um utilizador dum equipamento e/ou serviço de segurança, poderá vir a lamentá-lo um dia mais tarde, se e quando for confrontado com uma ameaça não tiver à sua disposição qualquer meio de dissuasão.
Saber que estes equipamentos existem é importante.
Ter-se consciência da sua necessidade é mais importante.
Reconhecer-se como potencial utilizador é ainda mais importante, senão mesmo o mais importante.
Na vida, quem melhor estiver prevenido, mais hipóteses tem de ter sucesso.
Na segurança, quem melhor estiver preparado, mais hipóteses terá de sair ileso de uma situação de risco.
As decisões sobre segurança são afectadas não só pela experiência mas sobretudo pela exposição do decisor aos meios modernos de comunicação que alimentam de uma forma continuada os critérios de formação da percepção de insegurança para justificar as soluções de segurança.
Se tivermos em conta o facto destas soluções electrónicas poderem ser aplicadas em instalações já existentes, recorrendo a meios de comunicação sem fios, o universo de aplicações é imenso (profissionalmente interessante para todos os ramos de actividade e pessoalmente interessante para todos os estratos sociais) diversificado (clientes particulares e empresariais).
Infelizmente para quem poderia tirar proveito destas aplicações e as encara como um “mal necessário”, faltar-lhes-á objectividade na procura quando encontra demagogia na oferta: “Quem não sabe é como quem não vê” e serão cegos para o potencial destas aplicações técnica especiais, todos aqueles que “não quiserem ver” o valor acrescentado que elas representam no mundo moderno em que todos nós vivemos.

Alexandre Chamusca
Consultor Soluções Segurança

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