Na nossa vida somos muitas vezes
levados a assumir opiniões e posições que nos expõem pessoal e
profissionalmente.
Das várias posturas possíveis,
existe a opção de condicionar positivamente o pensamento dos nossos
interlocutores, levando-os a assumir opiniões e posições compatíveis com a
nossa, mesmo que aparentemente estejam a usurpar a originalidade da perspectiva
e a personalizar a própria iniciativa.
Quando o objectivo da argumentação é
um meio para se conseguir um consenso na abordagem a um determinado assunto e
não um fim, a perca de protagonismo em detrimento de um apoio inconsciente na
consequente decisão pode e deve ser interpretada como uma vitória silenciosa.
Uma vitória que se for partilhada
pode ser facilmente interpretada como um ato narcisista de prepotência,
retirando todo o valor à acção.
Vitórias que apesar de silenciosas
contribuem para a formação e realização pessoal do indivíduo e são percepcionadas
pelos interlocutores como sinais positivos do seu carácter, perfilando-se como traços de condescendência e até afecto na forma de lidar com as situações.
Apesar de poder não corresponder
exactamente à postura natural do indivíduo, esta forma de negociar o consenso
nas mais variadas situações, induz uma forma de estar mais ligeira e amigável
em sociedade e na profissão, sendo o saldo positivo no reforço da estratégia de
comunicação pessoal.
Desta análise resulta uma
constatação que é possível desenvolver dois planos de comunicação pessoal
paralelos, um que é convenientemente perceptível ao interlocutor e outro que é o
verdadeiro motor oculto responsável pela realização pessoal e profissional do
indivíduo.
Alexandre Chamusca
08/08/2015